Mesmo conectados a todo instante podemos nos sentir sozinhos e sem ter alguém para confiar. Por isso, não esqueça do amigo-cotovelada

Cada vez mais a forma e os recursos da comunicação no mundo organizacional evoluem. Por exemplo, já temos centros de excelência médica supervisionando via Skype, e outros recursos mais sofisticados, os atendimentos e os procedimentos médicos a milhares de quilômetros de distância.

As equipes, não só as médicas, muitas vezes, estão conectadas a um mesmo objetivo e a mesma empresa, mas isso não quer dizer que estejam no mesmo prédio. A planta fabril está na Índia, a área de comunicação e estratégia está nos EUA e a área comercial fica na América do Sul, por exemplo.

Essa divisão territorial é muito comum e só foi possível por causa dos avanços dos meios de comunicação. Temos recursos para nos comunicarmos e trabalharmos em cooperação por meios eletrônicos, digitais, virtuais – as nuvens – e muitos outros.

Porém, mesmo com toda essa conectividade, percebemos que cada indivíduo está mais isolado, mais fechado em seu mundo.

Muito mudou, hoje, seu competidor não é a empresa concorrente. Agora ele é o seu chefe, o seu subordinado, o seu par. Seu concorrente pode até ser determinada área de pesquisa que está prestes a descobrir novas formas de trabalhar que irão tornar o seu serviço obsoleto.

Então você se pergunta: com quem aprendo? Com quem troco e compartilho uma ideia sem correr o risco de perdê-la? Há alguém que eu possa dividir meu medo do fracasso, sem que tal informação se transforme em uma arma contra mim?

Será que minha visão não se tornou uma visão em túnel, no qual eu só consigo ver o que está na frente, no alcance do meu foco? E se, de repente, minha trajetória pegar um desvio sem que eu perceba, será que alguém vai me avisar que tal direção pode ser ruim?

Para deixar de lado essa sensação de solidão, que tal cultivar seu amigo-cotovelada? Aquele ser insolente que tira onda da sua cara, fala de seu zíper aberto e da alface presa no dente?

Aquele mesmo amigo, que quando você volta de férias todo pimpão diz que você engordou. Acredito, ele não o faz para te menosprezar, faz porque gosta de você.

“Cara você cometeu um deslize ao responder daquela forma ao diretor financeiro na última reunião”. “Sua antipatia com o fornecedor está nos fazendo ter dificuldades”.

Esse amigo-cotovelada não precisa trabalhar na mesma empresa e nem ser encontrado toda semana. Ele é alguém preciosíssimo, pois nos coloca no real, nos faz perceber alguns erros e desvios, ele ainda faz isso despretensiosamente. Nessa pessoa você pode confiar sem medo de ter o tapete puxado debaixo de seus pés.

Cultivar, em vários níveis, amigos-cotovelada é uma garantia de feedbacks realistas, sem agendas ocultas e sem reservas, apenas as verdades.