Dar e receber. Deve-se alcançar o equilíbrio entre uma ação e outra em qualquer relacionamento

A troca talvez seja o princípio mais sutil de todos os princípios sistêmicos, conceitos do psicoterapeuta alemão, Bert Hellinger, em Constelações Sistêmicas. Por isso, é pouco considerado. Quem dá, também deve receber.

Quem toma, diferentemente de quem recebe (uma posição passiva), pega para si como uma posse, faz ser seu, trata como sua propriedade.

A criança, para aprender e se familiarizar sobre trocas, deve contribuir de alguma maneira. Ela pode ajudar em tarefas simples seus pais, amigos e familiares. E, por parte dos adultos, devemos lembrá-las sempre de reconhecer e agradecer o suporte das pessoas que estão com ela, que de alguma forma contribuíram para a realização que o pequeno conquistou.

Criar essa rotina na vida das crianças faz com que aos poucos elas percebam a importância desse sistema de trocas. Crescer com isso em mente, facilitará muito a relação delas.

Outro exemplo do sistema de trocas, só que um pouco mais formal, é a faxineira que ganha um presente da família para a qual trabalha. Ela vai se sentir equiparada se puder retribuir o agrado com outro, como uma comida especial para o jantar. São pequenos agrados como esse que ajudam em uma relação de troca. Ela deu o que é importante para ela e recebeu o que é importante para a família, houve equilíbrio.

Quem dá tem que ter em mente que não está lá para impor algo, mas que tem o compromisso de capacitar aquele que vai receber. E quem recebe, diferente de quem toma, pode contribuir com uma devolutiva, uma troca pelo que recebeu, mostrando o valor que a ação de troca teve naquele momento.

Um trabalho mal pago, uma tarefa feita com preguiça e descaso, por exemplo, são sintomas de uma troca injusta e desequilibrada. Nas empresas ou nas organizações, o salário é a moeda de troca entre o serviço que o empregado entrega para a empresa usando seu esforço e sua habilidade, que retribuirá com bons salários e bonificações.

Salários extraordinários versus trabalhos intangíveis, ou remunerações exploradoras, geram insatisfações ao sistema de trocas. Sente-se que a entrega foi maior do que o recebimento pelo serviço realizado. Isso causa baixa aderência, comprometimento tímido e outros malefícios ao sistema organizacional que não vai funcionar com fluidez, mas aos trancos e barrancos.