Já viu o grande animal preso ao pequeno fio, mas não entendeu o que significa essa situação?

Todos que já foram aos circos antigos, com animais domesticados, ou já viram filmes, ou fotos, se depararam com esta situação, mas não se perguntaram qual o sentido dela.

Como é possível que um elefante, de mais de tonelada, esteja preso por uma fina corda que, claramente, pode arrebentar ou ser arrancada da estaca onde está amarrada? A explicação é que um dia, esse elefante foi um elefantinho.

Ele era bonitinho, alegre e curioso. Logo o cuidador ensinou-o a obedecer e ficar preso a corda amarrada em sua pata. Quando pequeno, as amarras o impediam de se locomover para onde queria. Com o tempo ele percebeu que não poderia ir aonde sua vontade, seu desejo e sua curiosidade quisessem. Ele foi deixando de lado esses desejos, até um dia esquecê-los e dar-se conta que era prisioneiro do cuidador pela corda atada a sua pata.

Conforme o elefante cresceu, a corda permaneceu a mesma, mas o poder dela sobre o animal parecia crescer a cada dia.

E assim, passou o tempo e ele virou adulto, aprendeu outros truques. Permitiram até que ele cruzasse com uma elefanta. Mas sempre dependeu da decisão do cuidador  para que soltasse a corda.

Da mesma maneira somos nós. Ganhamos várias cordas em nossa pata desde pequenos: regras familiares, pré-conceitos, crenças limitadoras geradas por nós mesmos, regionalismos, nacionalismos e toda ordem de âncoras restritoras.

Aprendemos a duras penas (quem não aprendeu, virou o que? Transgressor, insubordinado, animal irracional?) a nos adaptar a corda, negociar com nosso tratador e a praticar os truques para os quais fomos diariamente treinados.

Crescemos, nos tornamos adultos responsáveis, independentes, mas sempre presos a uma ridícula cordinha. Por si só, ela não tem força nenhuma para nos prender e restringir nossa liberdade.

Mas aprendemos, igual ao elefante enorme e fortíssimo, que uma mísera corda pode nos paralisar, demos muito poder a corda… Assim vivemos, prontos para mais um espetáculo.

E que o show continue!