Perceber a diferença entre causas e efeitos de certas ações é um dos grandes benefícios da visão sistêmica. Isso traz equilíbrio para a pessoa

Este é um tema que é importante num processo de coaching e na vida profissional, dos dois personagens do processo de coaching.

Os sistemas existem há milhares de anos, são tantos que nem a data ao certo é conhecida. Mas o que se sabe é que eles buscam, em sua totalidade, o equilíbrio. Aqui falamos de sistema planetário, sistema solar, sistema gravitacional, sistema neurológico… Todos sistemas precisam de estabilidade para funcionar.

A falta de conexão com seu objetivo, porém, é algo que pode desbalancear qualquer sistema, produzindo desordem, caos e a busca pelo reequilíbrio para que possa voltar a funcionar adequadamente.

Em qualquer sistema, a ordem de quem chegou primeiro, que iniciou tudo é importante. Ciclos do nascer e pôr do sol, por exemplo, não acontecem sem perturbações e readaptações. O astro, a pessoa, o órgão que alimenta o sistema, geralmente, é o mais poderoso e fundamental para que as readaptações aconteçam e que tudo funcione corretamente.

A troca, ou equilíbrio entre as partes também é fundamental para o devido desempenho. Não há sistema no qual as partes não “conversem” entre si, recebam e contribuam, cada uma com sua especificidade, qualidade e importância. Essa troca entre as partes alimenta e mantém o equilíbrio alcançado.

Uma singela lua, satélite orbital da nossa pequena Terra, influencia todo o sistema solar dentro de sua proporção e ajuda a manter o equilíbrio necessário para nossa vida e para a vida do sistema solar. Forças de tamanho inimagináveis surgem da necessidade de reequilibrar um sistema, tudo isso é muito poderoso.

Até partes do cérebro que têm um tipo exato de função, podem e são redirecionadas para cumprir outras funções em caso de falência de uma parte. À isso dá-se o nome de plasticidade neural.

Quase que se repetindo, falamos também do pertencimento. Quando algo faz parte de um sistema, não importa a distância (Plutão do Sol, por exemplo), o tamanho, ou a forma, ele faz parte e o sistema depende dele para se equilibrar e manter a ordem.

Voltando ao corpo humano, vários órgãos têm funções múltiplas e atuam em vários sistemas ao mesmo tempo. Pouquíssimos órgãos podem ser dispensados por não terem utilidade.

Na verdade, em determinado momento a participação de certo órgão pode até ser prejudicial ao todo.  Mas lentamente o corpo evolui no decorrer de milênios e extingue o que não for mais necessário (o rabo, por exemplo, nos humanos), transferindo sua função para outras partes.

Incluir um estranho em um sistema que já está pronto e trabalhando deve ser feito com cuidado e atenção, pois todo elemento novo é visto pelos sistemas como um invasor. Intrusos costumam ser rejeitados e expulsos, vide transplantes e suas possíveis complicações.

Tudo isso nos leva a compreender uma pequena parte dos sistemas sem esquecer que nos sistemas humanos, organizacionais ou não, as tradições, as crenças, os laços familiares, as missões e os objetivos têm forte atuação e devem ser considerados para entender o nosso sistema e seu contexto.

Ter visão sistêmica, então, é incluir tudo isso (que já faz parte e não nos damos conta) na nossa atuação em sistemas humanos. Buscando sempre entender o funcionamento maior no qual podemos procurar nos adaptar, equilibrar, procurar a maior produtividade e usar os princípios de forma mais ampla possível.

A busca da visão sistêmica é uma questão complexa, na qual várias soluções lógicas já foram testadas, implica abrir a visão. Com a visão ampliada devemos incluir tudo que faz parte do sistema e buscar a causa do desequilíbrio que está produzindo o caos em nossas vidas e buscarmos o nosso equilíbrio.