Como gentólogo, atendo executivos no processo de coaching e atendo pacientes em terapia com problemas e transtornos. Com todos eles eu tenho uma mesma agenda oculta
Confesso que nessa agenda oculta está minha meta principal, que é diferente da meta, da demanda, da queixa, ou do objetivo do meu cliente, seja qual for.
Aproveito para confessar também que se a meta da minha agenda oculta é atingida, me sinto realizado, independente da meta do meu cliente. Peço desculpas, mas é verdade.
Despertar, acordar, desenvolver o observador interno de cada um deles é meu objetivo final. Quando meu parceiro (sim trabalho em parceria com meus clientes) já tem este observador desperto, tudo fica mais fácil. Os resultados são rapidamente alcançados, os fracassos são digeridos da melhor maneira, assim como percalços do caminho e etc.
Este observador de si mesmo precisa ser acordado com carinho e firmeza. E veja, não é um elemento acusador ou julgador. Por mais que os clientes tragam diversas situações, este observador também não chega a ser uma mãe infantilizadora que a tudo perdoa e acalenta.
O observador está mais para alguém que constata os atos que cometo, os pensamentos que tenho, as minhas limitações por bloqueios mentais, as crenças disfuncionais, os mapas mentais incompletos, os preconceitos, os sentimentos torpes como vingança, orgulho e etc.
Se esse observador despertar com o sentimento de compaixão (e não pena, nem autocomiseração) por si mesmo, ele virá ao mundo como um parceiro? Sócio? Testemunha? Companheiro de jornada que irá me auxiliar na caminhada solitária de perceber-me e conectar-me?
Obviamente este observador, recém desperto, acordará lento e preguiçoso, distraído de si mesmo. Ele estará tão devagar que só nos dará feedback depois que derramarmos o leite. Precisamos então treiná-lo, apoiá-lo, desenvolvê-lo, para que esse atraso vá se tornando cada vez menor até que estejamos em sintonia exata com nosso observador, cada um com o seu.
Perceber e fazer parte do reconhecimento deste observador é talvez minha maior felicidade. Dar autonomia e clareza para o observador interno de cada um, com certeza, é o motivo de minha realização como gentólogo.
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